domingo, 29 de agosto de 2010

Sonho.

E fora da escuridão, pude ver as cores. Tantas que me confundiram em estase e sensações. Parei de pensar de fato e comecei a viver. Meu sorriso virou risada, sons expressos em pura sinceridade da felicidade que sentia. Podia voar. Podia prosseguir. Podia, finalmente, seguir com o curso da vida. Segurando suas mãos e sentindo seu corpo ao meu, voltei a enfrentar quem sou. Tentando corrigir erros e falhas que me marcaram em cicatrizes. Pude curar algumas e outras, dores amenizaram-se. Mas fiquei livre demais, me senti livre demais. Fiquei tão forte que me ceguei.

Foi quando tudo começou a desandar. Senti-me tão à vontade e tão parte dessa mágica que não prestava atenção na dor que causava em minha salvadora. Em minha inocência e ignorância prosseguí com atos que julgava normais da época de minha escuridão. E aquilo se transformou em um câncer que não pude controlar. Fulminante. Rápido como aquele sonho no qual me encontrava. Desaprendi demonstrar, creio que esse foi meu maior erro. Sinto que não expressei de fato todo aquele sentimento que me possuía. Que me transformava. Então houve outro entendimento sobre meus atos.

E foi quando eu percebi que inda dava o primeiro passo e que meus dedos entrelaçados ao ser que me retirou do buraco em que vivia começaram a se soltar. Não posso dar mais um passo sem ela. Inda estou muito fraco. E o sonho de um piscar de olhos olhou para trás com olhos de lágrimas. Machuquei quem me deu a luz e essa dor me fez recuar. Tropeço em algo que me faz cair sentado em meu quarto novamente. Parei por um segundo de infinito e a vi indo para longe. Realmente não posso suportar isso. E com as forças que acumulei em sua pequena passagem em minha vida, rastejei de volta, pra dentro, encostando a porta novamente. Sentei novamente em um canto qualquer e devo permanecer até minhas lágrimas secarem. Ou algo pior... Perdoe-me. Definitivamente, não fui feito para finais felizes.

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