domingo, 6 de dezembro de 2009

Palavras de um Parênteses Qualquer...

O alarme está tocando. Que tal desligar? Ok.

Todo dia quando acorda fica mais tempo do que deveria na cama. Fica com os olhos semi-abertos, encarando o teto numa vontade preguiçosa de ser alguém. E depois fecha os olhos, e espera com a perna balançando de impaciência.

O alarme está tocando outra vez.

Um suspiro profundo, a mão alcança o celular e desliga o segundo alarme. Só assim pra levantar, com dois alarmes diferentes. Diferença de 10 minutos entre eles. Nada de muito interessante.

Um último esforço. Um último fechar e abrir de olhos. Ele nem se estica, só levanta, jogando a coberta pra longe. A coberta e toda sua vontade, e sonhos não lembrados da noite mal dormida.

Incrível como tem gente que sonha todos os dias, ou melhor, todas as noites. Deve até ser gostoso. Sonhar seus quereres, seus desejos e tudo aquilo que você... bom, que você sonha. Ele não. Sempre um emaranhado de coisas na cabeça, nunca uma idéia clara, e nunca um sonho. Nunca também não, mas que é difícil, isso é. Menos quando está acordado. Sempre com o olhar no vazio, no longe, no sonho, filtrando algumas das coisas que se passam nesse turbilhão.

Muito tempo atrás, quando a cabeça não era tão confusa, as idéias fluiam como um rio caldaloso em dia de chuva de verão. Suave, mas forte e com vontade. Acordado, dormindo, de olhos abertos ou fechados. Mas tinha uma diferença. Sempre que fechava os olhos chegavam as imagens estranhas, coisas que os estômagos fracos nem gostariam de ter uma linha sobre, e ele sempre, mas sempre mesmo, tinha aquelas cenas na cabeça. Mas só quando fechava os olhos. E quando ficava sozinho. Grande problema.

Olha o horário, você tá atrasado.

Lava o rosto, limpa o olho. Olha pra fora, e vai embora!

autor: Malka


p.s. amanhã, se tudo der certo, a última parte do primeiro ato será lançada.

Um comentário:

  1. Gostei muito, merece uns desenhos em prento e branco bem ao estilo Sin City.

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